Renato Limão, nascido em 1982 em São Paulo, desde os 15 anos caiu na estrada vendendo milhares de livretos xerocados para sobreviver, viajando por Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, até que parou em Rolândia, no Paraná, onde vive atualmente. Participou da criação da Poesia Maloqueirista e reuniu seus poemas em dois volumes editados por esse selo: Indócil vol. 1 e Indócil vol. 2. Sua poesia, sendo escrita nesse embate da rua, é marcantemente oral, para ser lida com ênfase nos saraus. Muitos poemas, por isso, tematizam com crueza amores perdidos. Seguindo essa temática, mas com escrita mais elaborada, transcrevo o poema a seguir:
RUA 13
foi na outra margem da poesia
onde o sexo transpira,
foi na lápide do velho morto
na asa podre do corvo
foi lá,
onde não chega luz nem chance
onde o rei morre de fome
e come seus diamantes,
foi no capítulo primeiro
do texto trágico
de nelson rodrigues,
onde deixei de acreditar no nosso amor.
→ LIMÃO, Renato. Indócil, vol. 2. São Paulo: Edições Maloqueirista, 2012.
Oi Ademir, ja deve saber que o Renato Limão faleceu há exatos dois meses atrás?
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Adna, como não andava movimentando meu blog, somente hoje é que vi sua mensagem informando que o Renato Limão faleceu – vão fazer dois anos!
No meio de tantas mortes em que estamos com a pandemia essa informação vem como se fosse mais uma. Grato pela mensagem, com meu abraço solidário
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